Fronteiras Braskem do Pensamento 2009 - Ba
Conferente: Howard Gardner
No dia 18/08/2009 começou o ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento 2009, segundo semestre no Teatro Castro Alves, trazendo à Salvador/Ba pela Braskem um ciclo de conferências com alguns dos mais importantes artistas e pensadores contemporâneos.
O primeiro conferencista convidado foi o Howard Gardner, psicólogo norte-americano, professor de Educação e de Psicologia na Universidade de Harvard e de Neurologia na Universidade de Boston. Conhecido mundialmente por sua teoria das inteligências múltiplas, baseada em que as pessoas possuem até oito inteligências ou habilidades cognoscitivas. Gardner é autor de vasta literatura sobre o tema: Cinco mentes para o futuro (2007), Inteligência — um conceito reformulado (2000) e A nova ciência da mente (1995).
Tema: Educação no Sec. XXI
Na ocasião, foi uma das melhoras conferências já apresentadas no ciclo. A abordagem sobre a teoria das inteligências múltiplas, suas habilidades e as escolhas em que as pessoas fazem e a importancia da educação para os pais e filhos do século XXI. Em suas pesquisas, ele estudou o desenvolvimento de diversas habilidades em crianças superdotadas e em crianças normais; a não perda da intensidade da produção intelectual de adultos com lesões cerebrais; populações ditas excepcionais, como autistas, e suas habilidades intelectuais; como ocorreu através dos milênios, o processo de desenvolvimento cognitivo. "Gardner retrocedeu em seu trabalho para chegar às inteligências que deram origem ao desenvolvimento das atuações de diversos profissionais em diferentes culturas e a avaliação das múltiplas habilidades dos seres humanos na busca de soluções apropriadas aos seus problemas", revela.
Valeu muito a pena participar.
Conferente: Eric Maskin
No dia 29/09/2009 Economista norte-americano, doutor em Matemática Aplicada, é professor de Ciências Sociais no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton. Prêmio Nobel de Economia em 2007, pela criação da teoria do desenho de mecanismos. Maskin é considerado uma autoridade em teoria econômica e seus trabalhos serviram de base para estudos de organizações industriais, financeiras, desenvolvimentistas e para outros campos das ciências econômicas e políticas.
Tema: Design Mecanicista: como implementar metas sociais
Segundo Maskin, o pior da crise econômica já passou, mas a recuperação será acidentada. E um dos principais desafios é ter uma regulação financeira capaz de reduzir o risco de outra turbulência da dimensão que o planeta experimentou há um ano. Mas não bastam regras mais rigorosas, pois o exagero pode amarrar a inovação. É preciso encontrar o equilíbrio.
Contudo, Maskin admite que não sabe o que os políticos farão. Vencedor do Nobel, com outros dois americanos, pela elaboração de uma teoria do desenho de mecanismos de mercado, que ajuda a distinguir situações em que a chamada mão invisível opera bem ou mal, na palestra do ciclo de conferências Fronteiras Braskem do Pensamento.
Recital de Simone Leitão abre conferência: A abertura da conferência do Eric Maskin foi apresentada pela pianista Simone Leitão que tocou obras de compositores russos clássicos: Stravinsky e Prokofiev, que homenageou também o compositor russo Mily Balakirev.
Conferente: Maria Rita Khel
No dia 16/10/2009 Psicanalista e escritora brasileira, doutora em Psicanálise pela PUC de São Paulo, clinica, desde 1981, em consultório particular. Conferencista, ensaísta e poeta, é autora de diversos livros e ainda escreve artigos sobre cultura, comportamento, literatura, cinema, televisão e psicanálise para a imprensa nacional.
Tema: Depressão: a face contemporânea do mal estar na civilização
A correria do dia a dia, a ansiedade em atingir o sucesso profissional e a sensação de não estar aproveitando a vida intensamente são algumas das preocupações que permeiam a sociedade e que vêm revelando a depressão como o principal sintoma social da atualidade.
Segundo dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão vem crescendo a níveis epidêmicos nos países industrializados e a tendência é que ela seja a doença mais comum do mundo em 2030. Na opinião de Maria Rita, para a doutora em psicanálise, medicar qualquer crise existencial ou mal-estar psíquico é criar o que chama de “sujeito esvaziado”. “O remédio não é a cura, é a condição para a pessoa se tratar”, afirma. “É preciso enfrentar a dificuldade, conflitos, suportar crises, desprazeres, porque não dá para ter prazer o tempo todo”, justifica Maria Rita.
Aliado ao uso indiscriminado de antidepressivos, a psicanalista comenta o suposto ideal de felicidade que permeia a sociedade do século XXI, em que todos devem ser felizes e realizados – e aquelas pessoas que não se sentem felizes e realizadas tendem a serem ainda mais infelizes por não atingirem este ideal. “Numa sociedade como essa em que você moralmente se sente obrigado a estar sempre muito bem, qualquer tristeza você identifica como depressão”, afirma. E quem não consegue alcançar este objetivo, além de deprimido, também se sente culpado por não estar compartilhando esse estado.
Conforme aborda em seu mais recente livro, O Tempo e o Cão, outro fator responsável pelo aumento da depressão nos dias atuais é a noção que as pessoas têm em medir o que elas são pelo que elas podem consumir. Segundo Maria Rita, a constante pressão em ser bem-sucedido na vida e no trabalho são reflexos do sistema capitalista, em que não há tempo ou dinheiro a perder, descrevendo os depressivos como aqueles que “sofrem de um sentimento de tempo estagnado, desajustados do tempo sôfrego do mundo capitalista”.
Além das pressões constantes, situações de grande estresse, como foi a crise mundial, Maria Rita analisa o contexto de forma ambivalente, tanto como um agravante para que a pessoa se sinta fracassada (por não conseguir emprego ou achar que não tem competência) como também uma oportunidade de mudar o status quo com a revitalização dos movimentos sociais e no resgate da esperança. “As pessoas poderão reinventar a ação política e deixar de se sentir supérfluas. Quem sabe o fatalismo melancólico deixe de dominar a subjetividade?”, finaliza.
Conferente: Tom Wolfe
Hoje dia 17/11/2009 é o último dia do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento 2009.
O último convidado foi o conferencista Tom Wolfe, jornalista e escritor norte-americano. Projetou-se profissionalmente no início dos anos 60 ao produzir um novo estilo de reportagem chamado de novo jornalismo, em que os textos jornalísticos ganham tratamento literário, como em um romance. Wolf iniciou como colaborador no The Washington Post, Enquirer e New York Herald , hoje, é autor de best-sellers como Um homem por inteiro (1998), Emboscada no Fort Bragg (1996), A fogueira das vaidades (1984) e Os eleitos (1979).
Tema: O Espírito de nossa Época
O escritor abordou vários temas, mas as críticas aos EUA foi o ponto forte de sua palestra. Segundo o jornalista, o que se observa nos EUA hoje é o "fim do jornalimo, o fim da propaganda, o fim das editoras, da tv e do próprio país".
Sobre a sexualidade, afirmou que "o que se chamava de revolução sexual no anos 60 e 70 é pouco perto do que está acontecendo hoje". Tom arriscou uma frase em português: "Os EUA estão no fim da indústria do café como conhecemos', tentando criar um parelalo entre crise nos Estados Unidos e o fim do ciclo do café, no Brasil.
Cerca de 250 pessoas assistiram a palestra, realizada pelo programa 'Fronteiras do Pensamento" da Braskem. Tom Wolfe nasceu em 1931 e é considerado um dos pais do "new journalism", estilo de reportagem que marcou as décadas de 1960 e 1970 nos EUA. Assim como Tom Wolfe, outros jornalistas, Truman Capote e Gay Talese, também fizeram parte do movimento. Tom Wolfe é autor de "Radical Chic & O Novo Jornalismo" e "Eu sou Charlotte Simons".
A conferencia foi bastante produtiva, mesmo com os lapsos de tempo e falsos cognatos, normais em uma tradução simultânea.
Fim das Conferências 2009
No ciclo das Fronteiras Braskem do Pensamento 2009 em Salvador/Ba. Debatendo assuntos polêmicos, coerentes a nossa realidade, diluindo e melhorando o conhecimento humano.
