Capacitação Profissional e o Novo Cenário Das Organizações
Texto Sérgio Lacerda
A capacitação profissional e os requisitos necessários aos
profissionais da atualidade são temas muito relevantes, tanto do ponto
de vista das empresas, que muitas vezes se vêem em dificuldades em
encontrar colaboradores qualificados, quando do ponto de vista do
colaborador que busca direcionamento de seus talentos para garantir sua
empregabilidade.
Referente a esse tema, tive a oportunidade de participar de um evento
bastante interessante organizado e realizado pela ETEC “Comendador João
Rays” no dia 03 de Julho de 2008, na cidade de Barra Bonita – SP: A
mesa redonda 2008 - “Capacitação Profissional e o Novo Cenário das
Organizações”, evento que contou com a participação de alunos,
educadores, empresários e representantes de diversos segmentos,
permitindo traçar um cenário do mercado de oportunidades da região.
Imagem Google
Com base nas questões formuladas pela equipe organizadora,
apresentarei nos próximos parágrafos alguns de meus comentários expostos
durante o debate.
1. Autogerenciamento da carreira
A carreira de um profissional deve ser encarada como um projeto, e
como tal, deve ter bem definidos os objetivos, passos a serem executados
e previsão de prazos para cada uma dessas atividades, pois somente
assim, existe um esforço estruturado para que os objetivos sejam
atingidos.
Quem não planeja e gerencia a própria carreira, fica ao sabor das
circunstâncias, dependendo apenas da sorte, esperando que um belo dia o
chefe venha até a sua mesa e o convide para ser vice-presidente.
Convenhamos que, na vida real, isso é muito difícil de acontecer.
O profissional deve ter consciência de que seu sucesso ou fracasso
depende apenas dele mesmo. Sem objetivos claros não existe ponto de
chegada, e sem planejamento não é possível atingir um objetivo.
O cuidado com o marketing pessoal também é muito importante. Muitos
profissionais se queixam de que não são reconhecidos, agindo como se a
empresa fosse seu pai ou mãe, que têm obrigação de ficar olhando cada
passo de seu querido filho. É claro que as empresas devem se atentar
para o desempenho de seus colaboradores para incentivá-los a melhorar
sempre, bem como para premiar a dedicação, mas não é possível ser
onisciente.
Cabe ao profissional ajudar a empresa e a si mesmo, cuidando de seu
marketing pessoal para que seu trabalho e resultados sejam conhecidos. O
melhor produto do mundo não será comprado se ninguém souber que ele
existe.
2. Importância da qualificação profissional Há
200 anos um profissional poderia passar toda a sua vida útil sem
aprender nada de novo, apenas fazendo o que aprendeu no início da
carreira. Hoje isso é impossível. A globalização fez com que o mercado
se tornasse mais complexo e dinâmico, exigindo das empresas rapidez e
eficiência para lidar com as constantes mudanças, condição essencial
para sua sobrevivência.
Naturalmente essa necessidade se refletiu nos profissionais. Nenhuma
empresa hoje quer “mão de obra”. O que se procura são “cabeças de obra”,
profissionais altamente capacitados, que assumem responsabilidades,
tomam decisões e resolvem situações complexas e inusitadas com rapidez e
segurança. Isso não aparece do nada. Somente com constante
aperfeiçoamento e estudo, o profissional consegue as ferramentas
necessárias para utilizar em suas atividades diárias dentro dessas
condições.
Esse cenário exige também uma base cada vez mais multidisciplinar. O
objetivo de qualquer profissional atualmente é tentar ser o melhor
possível na sua área de atuação, mas também obter conhecimento em outras
áreas. Saber muito de sua especialidade e, ao mesmo tempo, um pouco de
tudo.
Por outro lado, as empresas devem fomentar esse desenvolvimento
pessoal, incentivando sempre seus colaboradores a não estagnarem, pois,
implementando a cultura de constante capacitação, tanto profissional
quanto empresa saem ganhando.
3. Estresse e qualidade de vida
Com certeza, esse ritmo alucinado do mercado atual tem gerado muito
estresse. No sentido de minimizar os efeitos negativos dessa situação e
melhorar a produtividade de seus colaboradores, a empresa pode (e deve)
agir para garantir, tanto quanto possível, um ambiente amigável e de
cooperação, com políticas e diretrizes claras, e feedbacks constantes
para que cada profissional saiba o que se espera dele.
Por outro lado, o profissional deve saber planejar seu tempo e ações
para que o trabalho não se transforme num tormento. Boa parte do
estresse que afeta as pessoas tem origem nelas próprias.
A maioria dos estressados e insatisfeitos, com certeza falha na
organização pessoal e, por conta disso, tem-se uma situação de trabalho
excessivo, pouco rendimento, falta de tempo para laser, saúde e para a
família, criando uma situação de péssima qualidade de vida.
Para não cair nessa armadilha, é importante que o profissional saiba
planejar o seu tempo e as suas ações. Com raras, exceções, o trabalho de
um dia SEMPRE pode ser feito normalmente dentro das 8 horas úteis do
mesmo. Aprender a dizer “não” de vez em quando, definir prioridades e
delegar funções são pequenas atitudes que geram resultados
surpreendentes.